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ISABEL DE SOUSA PINTO (Renovar fotos 1/5/2011)

ISABEL DE SOUSA PINTO (Renovar fotos 1/5/2011)

 

… a Vida é conflito. Força de gravidade, oposição de atrito, esboroar de auroras. Campos que florescem e se apagam, como se um deus qualquer nos perseguisse; destino incerto, de certo nos vestisse, e nos traísse a cor, e nos traísse a forma… nos esculpisse o som e o tom do frio da bigorna…

 … e sobra o olhar e os verdes, surrados e usados – que acreditam – e se emprestaram ao desespero no cântico de miríades de pequenas pétalas singelo-conformadas porque em nada acreditam nem esperam, para além do efémero. Nascem e existem no estrito tempo de mais um quadro Bucólico.

Sem céu nem estrelas, que o meu vocabulário ingénuo se perdeu e se perdeu na esperança…

… Sou o que resta de quanto amanheceu, aberto mar Egeu sem breu e sem bonança…

Rodrigo Costa, Maio 2000

 

Pintura de mulher…

 Na ruína das casas, paisagem que se confunde, que se fragmenta no ocre distante dos desertos, no céu por vezes claro, telúrico as mais das vezes. Águas que se quedam na solitude, no segredo dos partos em que as águas são mestras. Tudo é secreto, nos abertos limbos do recôncavo da copa de árvores retorcidas. Árvores de medo, como que presenças. No ar imóvel tudo se pára como que na espera. Luz difusa, fim de tarde, começo adivinhado, pronunciando-se em augúrios.

 

Arcos catedrais, bruma e cinzento. Água que se queima no deserto, água que ascende e que transporta.

Água circulante e baptismal. Suor de multidões, suor de medos. Tudo se aquieta, no seio de um pudor de gritos ansiosos por nascer, nas horas solenes aguardadas, no pó de um grande caos vivido.

Olhos circulando esboçados a norte, grandes olhos expectantes imóveis como sóis.

Mulher que chora, pintura de mãe que abraça. Luz circulante, ambivalente, luz que permeia os corpos juntos. Corpos defendidos onde raios prismaticamente decompostos circulam de um para outro lado, de um para outro corpo, iluminando, abrindo, dando senso, traduzindo, explicando coisas em voos de cor quente e pré-sentida.

Saboreando o crepúsculo, os montes de açafrão, o cúbico das casas a quente solidão da história do passado. Tudo se queda e perspectiva o dia que já foi, a treva que se aguarda. Por tudo isso um medo, um medo que voa nos ares pássaro imenso.

Sinais pressagiando, signos claros a que só é dado som ao viandante. Rostos mascarados que se aguardam.

Tragoidia…

 

Clamor imenso de cores derramando-se em estádios de olimpíada, onde todas grandes dores vão ser cantadas. Oréstias, Cassandras, Ifigénias sacrificadas. Dor e silêncio. Pietás serenas como colunas de templos.

Aqui se templo existe, é derrubado, fragmenta-se em orações de pedra apodrecida. Tanto tempo se leva no passar do tempo…

Foram sacerdotes noutro tempo, senhores de poder, mulheres do Lago. Chegavam notícias de água, imensas bibliotecas pelos ventos, saberes de nuvens de pronto traduzidos. E porque o vento é parco de palavras e quando fala escolhe tempos imprevistos aqui se encontram da tarde, silentes, expectantes paralelas.

Potência de irmandades renovadas, renascem por todos os milénios, mulheres defesas, escondidas, abertas ao segredo das palavras.

Mulheres de rostos navegando ao longe.

Segredos que o mar partilha e que o vento leva.

Isabel de Sousa Pinto – olhos no deserto, na coagulação dos momentos. Refractando-se no Sol que dorme. Tempestades idas, dor em poemas de barro seco. Lágrimas contorcidas em ramos de Inverno.

Paulo Carreira (Antropólogo)

 

Afirmou Sófocles, a propósito das suas peças teatrais - que ainda hoje nos intrigam e surpreendem pela sua frescura original e sentido intemporal - que a tragédia é um cântico de amor recitado sobre um túmulo.

Aristóteles, que considerava a tragédia como a expressão artística superior, declarou, por seu turno, que ela devia produzir no espectador apenas dois estados limite de horror e êxtase, de intensa aflição perante o sofrimento da humanidade e a sua incompreensível razão de ser e a dulcíssima felicidade que experimentamos quando, ainda que por brevíssimos instantes, integramos o nosso destino nas forças vivas do cosmos, participando em algo que definitivamente não nos pertence.

Olhando para as pinturas recentes de Isabel de Sousa Pinto, provavelmente apenas algumas das que agora integram esta exposição, pareceu-me encontrar nelas este duplo registo, um movimento de vai e vem entre estes dois estados, um balanceamento constante entre, de um lado, um sentimento de apreensão dolorosa perante a consciência do vazio insondável sobre o qual assenta a existência humana, e, do outro lado, a experiência de resgatar este estado abrindo portais de luz sobre o inominável. Estamos perante uma pintura introspectiva, diria até que roça a dimensão da experiência mística (não necessariamente religiosa), no sentido em que representa os vários estágios de um caminho de aprofundamento interior em busca da luz. De algum modo, na esteira do que afirmou o imperador marco Aurélio quando afirmou que “serás tanto mais Senhor da harmonia, quantas mais vezes a ti voltares”.

 As personagens e lugares que povoam estas obras de arte são símbolos, por vezes espectrais, desse itinerário interior, sem realidade objectivada no plano material. 

 

Aliás, em muitos casos, as Personagens figuradas prolongam-se nos fundos sem descontinuidades, à maneira do “grito” de Eduard Munch, e de muita outra pintura expressionista nórdica. Uma outra fonte de referências ou afinidades que esta pintura denota é com toda a corrente simbolista pré-rafaelita.

José Sousa Machado (Crítico de Arte)

 

Falar de Isabel Sousa Pinto enquanto artista é falar também da História. Da História do Povo Lusitano, Povo de Luz.

 

Séculos de Legados artísticos, trazidos das Arábias para a peninsula Ibérica.

Navegados pelo Índico, passado o Mar Mediterrânico, o Atlântico dá-lhe Vida. Todas as suas Obras têm traços da mais antiga raça humana. As cores, a arquitectura do casario, os motes que se adivinham, as texturas, o esfumado de luz que nos ilumina a Alma.

Todas as técnicas! Sim, são várias em cada obra como as emoções são sublimes.

As pessoas e a Vida alinhadas e integradas, as sete linhagens imperiais na concretização de Sonhos.

Um Mundo de Paz e a imensa Natureza ao seu redor.

Dos registos amargos que a Vida lhe foi ditando, numa base de Ouro e Indigo, sobrepõe-se a sua pintura e a sua cerâmica! O azul-cobalto, a Terra e o Fogo.

Apossa-se da Isabel um estado de Espírito melancólico e pinta, pinta com ou sem Luz, com ou sem espaço, por vezes sem condições técnicas, trabalha até á exaustão, não descansa e o importante, a Luz essa está dentro dela.

De repente, outras responsabilidades, e é outra pessoa!

Cuida da Carreira de outros Artistas, de exposições, de pessoas, de outros trabalhos que imediatamente têm que ser resolvidos, os problemas inerentes à sua profissão: também ela curadora/Galerista.

Dinâmica, quase impossível de a ver no seu trabalho diário e a sua Paixão pela Arte, que desde menina teima em aprender com Mestres, com a Vida que muito a ajudou obrigando-a a inventar, a criar, a sacrificar-se pela Arte.

Não me alongarei no exame de toda a sua evolução e dos movimentos ou Autores que a influenciaram, pois as suas Obras são de grande beleza, quer de conteúdo, forma ou pensamento.

A sua riqueza espiritual é um precioso contributo para a Cultura deste Mundo.

A Obra desta Grande Artista Portuguesa tem tanto para dar e diz ter tudo para aprender.

Esta Obra, que nos fala de História, com o título “Onde vais Isabel?” dos manuscritos e gravados no coração é para mim a obra mais fiel á Humildade, o estadium mais nobre de qualquer Vida.

Obrigado Isabel!

Hélder Estima Pereira Coelho

(Arquitecto e Administrador do grupo TOTESER)

 

Registada na Sociedade Portuguesa de Autores;  Número 125771

Associada do Movimento Artístico de Coimbra (MAC ).

 

 

  " ...e por isso vou preparando o meu Regresso..."

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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Contacto:

E-mail: sousapinto.lusitana@gmail.com

https://isabel-de-sousa-pinto.artelista.com/

 

 


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